6.23.2008

O dia do jogo de Portugal - Alemanha



O velho desce as escadas energicamente

caminha pela areia com as suas botas de borracha como quem caminha na calçada

despe a camisola num passo

está abrigado para uma noite de frio, e são oito horas de um dos dias mais longos do ano.

junta-se às rochas e levanta a gola das suas botas

aí guarda os seus afazeres, a maré baixa não chega à mochila, camisola e cana de pesca

e ele afasta-se de tudo isto e junta-se ao mar com um recipiente na mão para apanhar o isco que lhe dará trabalho esta noite


É neste ambiente que vou ver o jogo

é com outros como o velho que chegam, e outros novos que olham para o velho como se este fosse um ser raro
O velho faz o que sempre fez

O novo nunca o fez


A família que anda pela praia não saberá que hoje há jogo?

ou não faz sequer parte dos seus planos visto não serem nem portugueses nem alemães


O velho não se juntou para ver o jogo

Tornou-se rocha e mar


Há coisas mais importantes
Sim há sempre coisas mais importantes
ficam os que dão importância a coisas menos importantes
e eu que não lhe dando tanta importância fico, dando mais importância ao momento aos gestos e às palavras e claro, ao sol que se torna mar e rocha no intervalo dos dois tempos.

Estivemos mesmo à beirinha à beirinha ... mas não foi o suficiente

1 comentário:

Massimo Pietrobon disse...

tens que fazer um post novo!!!
estou esperando!!!
ehhehe

tchau

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